Filosofia para o advogado corporativo 4.0
O evento SXSW Conference & Festival é um dos maiores encontros de tecnologia do Planeta. Diversas palestras, debates, encontros e apresentações, inclusive culturais, evidenciam as últimas e as futuras tendências da inovação tecnológica nos mais variados setores e atividades. Não é estranho, portanto, que a criatividade esteja no ar, certo? Porém, recentemente, foi detectada a falta da criatividade no mundo tecnológico.
Explico: a tecnologia tem servido para viabilizar os sonhos humanos: alguém pensa nalguma melhoria de vida, a tecnologia constrói; alguém cria algo para o qual sequer existe demanda, a tecnologia constrói. Acontece que o desenvolvimento tecnológico tem sido mais rápido que a capacidade de o ser humano pensar e criar. Ou seja, a velocidade da tecnologia está à frente da criatividade humana. Essa constatação atinge em cheio a advocacia corporativa.
Em tempos de Internet 4.0, de Indústria 4.0, como se caracteriza a advocacia corporativa 4.0?
Muito se tem falado que o futuro da advocacia são os robôs com sua inteligência artificial. Para as tarefas rotineiras, de coleta, filtro e análise de dados, de levantamento organização de informações não há dúvida (aliás, o ser humano tende a rechaçar esse tipo de tarefa). Os robôs não “pensarão” para encontrar novos meios de realizar um determinado negócio, ou novos negócios, ou novas garantias para os negócios. As tarefas que demandam criatividade continuarão a cargo dos advogados humanos, mas, os advogados de carne e osso têm que se preparar para isso. Por exemplo: não adianta analisar um caso concreto e dizer qual lei se aplica ou como ele é interpretado pelos Tribunais Superiores, porque o robô poderá fazer isso. Ao advogado humano caberá encontrar um meio de realizar o negócio ou proteger a operação dos riscos que possam ser detectados, utilizando ferramentas e conhecimentos multi e interdisciplinares.
No SXSW, pediu-se mais filosofia. Na advocacia corporativa, serve o mesmo apelo.